A praia Branca em Guarujá fica no topo da Serra do Guaraú, o local fica entre uma das áreas mais preservadas da Mata Atlântica. Também conhecida como Prainha Branca, Onde moram 96 famílias (cerca de 560 pessoas), na comunidade que mantém tradição caiçara. Praia isolada, acessada apenas por trilha ou barco. De trilha, menos de 40 minutos de caminhada, Há seis anos um caminho de pedras foi construído para facilitar a passagem dos moradores. Antes disso, a trilha era de terra batida entre a mata densa.Tudo isso faz com o aventureiro comece a ter contato com campings, pousadas e restaurantes, tudo bem rústico! Afinal, a vila de pescadores e surfistas ainda tenta preservar esse local mais escondido em SP. Assim, ela possui diversas casas de pescadores e está localizada dentro de uma reserva ambiental. A praia Branca é uma praia para quem busca tranquilidade, mas claro que fora de época. As areais claras e bem limpas são banhadas por um mar que, embora não seja de tombo, apresenta ondas fortes na maior parte do ano.
Em temporada, principalmente em feriados prolongados, a praia fica muito lotada e com grande agitação, os bares ficam cheios e normalmente tocam musica ao vivo. Há uma pequena ilha frente a praia que, em épocas de maré baixa, é possível ir caminhando até ela. Mas é necessário muito cuidado pois se a maré subir, o retorno fica perigoso.
A Prainha Branca é muito frequentada por surfistas, amantes do reggae e jovens que buscam refugio na natureza. Vale à pena a visita, mas se prepare para uma boa caminhada para chegar lá.
A Prainha Branca é um dos últimos redutos caiçaras situado na reserva ambiental da Serra do Guararu, em Guarujá. Recentemente, os moradores resolveram arregaçar as mangas e iniciar uma verdadeira guerra contra a especulação imobiliária que, há meses, vem cobiçando uma imensa área de Mata Atlântica, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).
Uma comunidade caiçara de Guarujá, no litoral de São Paulo, vive há mais de um século ‘isolada’ no alto de um morro. A comunidade Prainha Branca mantém a tradição e a cultura, implantada nesse povoado quando os primeiros moradores chegaram ao local, no final do século XIX. Atualmente, o local vive do turismo de milhares de pessoas que buscam a paz em uma comunidade que adotou a simplicidade como estilo de vida.
Apesar do difícil acesso, os cerca de 500 moradores garantem que são apaixonados pelo lugar e não querem mudar de lá nunca. “Moro aqui há 26 anos. Não tenho vontade nenhuma de sair daqui. Já fui para cidade grande nas férias e é uma vida louca. Aqui é uma vida muito boa. Não tem poluição. É um lugar muito tranquilo, bem família, somos uma comunidade caiçara tradicional”, afirma a monitora ambiental Janice de Oliveira.
A comunidade, apesar de isolada, tem quase tudo que as 93 famílias precisam. São duas escolas, que atendem até a 4º série, uma mercearia, uma padaria, uma igreja, um posto policial, que funciona apenas na temporada de verão, além de diversas pousadas, campings e restaurantes para atender os turistas. O posto policial vira base para atendimento médico uma vez por semana, quando um médico sobe o morro para atendimentos e aplicação de vacinas.
A monitora ambiental Janice de Oliveira conta que após a 4ª série, os jovens têm que descer o morro todos os dias para ir à escola na cidade. Mas que nem por isso deixam de estudar ou trabalhar. “Eu estudo fora e trabalho fora. acham que somo bichos do mato, mas somos civilizados com estudo, faculdade. É bom deitar e acordar com barulho de passarinho cantando na sua janela, então eu não saio daqui. Antes o caminho era de barro, era gostoso porque íamos para a escola de chuteira, chegando lá a gente trocava. Na volta a gente pegava sacos e ia escorregando no barro até embaixo, era muito bom”, relembra Janice.
A segurança é um fator que deixa os moradores tranquilos, os nativos da Prainha são conhecidos como bem-te-vis, pois protegem o seu ninho. “Aqui é seguro, mas à noite geralmente subimos a trilha em grupo. Um espera o outro embaixo, e subimos em grupo de 10 pessoas. Na temporada de verão, quando há muitos turistas, há um posto da Policia Militar para ajudar na segurança. Mas nunca tivemos problemas”, diz Janice.
O local recebe turistas o ano todo, muitos surfistas em busca das ondas com boa formação da praia Branca, e também bastantes estrangeiros, que se identificam com o estilo simples da comunidade caiçara. Os moradores locais querem aproveitar este turismo para trazer recursos para o grupo, por isso, há muitas opções de hospedagem e alimentação. A monitora ambiental Janice ainda criou uma programação, destinada principalmente à excursões de escolas, com opções de aulas de surfe, escalada, rodas de conversa na praia sobre cultura caiçara, exploração da Mata Atlântica, estudo do ecossistema, entre outras atividades.
Os monitores ambientais da Prainha Branca tem curso de primeiros socorros e a monitora Claudenice Oliveira Almeida já até realizou o parto de uma turista. “Ela entrou em trabalho de parto e não teria como descer o morro, aí fizemos o parto dela em cima da mesa do bar. Uma menina nasceu saudável e foi batizada de Maria Branca, em homenagem à comunidade”, relembra Claudenice.
Um dos locais preferidos dos moradores, a Igreja de Imaculada Conceição, proporciona aos nativos a chance de um casamento bucólico, em uma pequena igreja na areia da praia, com vista para o mar. Missas são realizadas semanalmente. “A novena de Imaculada é realizada em latim. Somos a única comunidade com reza em latim”, afirma Claudenice. Os moradores também mantém a tradição em festas, que são realizados na praça que reúne as pessoas para festejos juninos, festa da padroeira, entre outras comemorações.
Além do turismo, muitos nativos dependem da pesca para geração de renda. As famílias tradicionais passam horas criando tarrafas para a pesca artesanal. Os peixes frescos são vendidos fora da cidade ou nos próprios restaurantes da Praia Branca. Também é possível acessar a praia via barco ou balsa, mas esta opção quase nunca é utilizada pelos moradores, por ser mais caro. “Quem tem comércio, como a minha mãe que é dona da padaria, opta pela balsa somente quando faz compras, para trazer mercadoria. Mas é uma opção cara, quando estamos com sacolas a balsa custa R$ 80. Então a subida pelo morro é feita diariamente”, diz Claudenice.
O local, além de reunir belezas naturais, trilhas e a praia, atrai por ser um exemplo de uma das únicas comunidades caiçaras da região que mantém a simplicidade no dia a dia, com cultura, tradição, festas e clima amistoso entre moradores e visitantes. A coordenadora ambiental Claudenice Oliveira ressalta que os visitantes que chegam em grupo, interessados nas atividades da comunidade, devem entrar em contato com antecedência para serem auxiliados nas trilhas. O contato para agendar visitas ao local é pelo telefone (13) 3305-6119 ou (13) 3305-6122.